sexta-feira, 7 de novembro de 2008

AINDA SOMOS EMOCIONALMENTE INFANTIS

1. PADRÕES EXISTENCIAIS ADQUIRIDOS.
Todos os seres humanos, desde a sua primeira hora de vida sensorial, ou melhor, a partir do momento em que o cérebro do feto adquire identidade própria, começa a receber instruções de sobrevivência. É importante lembrar que o cérebro se forma a partir de uma única primeira célula, assim como todo o restante do corpo humano e que portanto a segunda célula estará aprendendo com a primeira como deverá se comportar, e assim por diante. Todo esse sistema de aprendizado vem da inteligência divina existente em cada partícula viva do universo. Felizmente não temos o conhecimento do que é nem como funciona essa partícula, mas sabemos da infinidade de possibilidades existente para sua compreensão. É a partir desta ideia de inúmeras possibilidades que vamos trabalhar com os conflitos existenciais emergentes nos seres humanos.

Vamos imaginar que um ser em formação a partir de uma única célula começa a aprender de forma intrínseca como se formar e como sobreviver. Até hoje a medicina se pautou nos princípios fisiológicos, esquecendo os emocionais que também estavam em desenvolvimento, afinal de contas é um ser “humano” que está em preparação, um animal diferente dos outros pois é constituído de psique, ego, superego, consciencia, subconsciência, superconsciência, ou melhor de uma série de atributos mentais completamente diferentes dos outros animais que nos laboratórios serviram como referência para o estudos dos seres humanos. Impossível acreditarmos que todas as teorias fisiológicas dos seres humanos foram baseadas em experiências com animais diferentes do humano, e portanto, diferentes em seus resultados.

O feto logo em seus primeiros meses de vida começa a receber informações sensoriais do corpo da mãe. Informações essas que vão nortear seu aprendizado fisiológico, emocional e psicomotor. Ainda na barriga da mãe o bebê já está aprendendo a, além de desenvolver seus órgãos internos, também como serão suas defesas externas. Esse aprendizado é baseado nas informações emocionais da mãe (alegrias, desejos, medos, estímulos mentais) e que independem da vontade dela. Se a mãe foi uma criança com determinados padrões relativos à gravidez e parto, esses mesmos padrões já estão sendo transmitidos ao feto de forma intrínseca e sensorial.

O QUE É INTRÍNSECO E SENSORIAL
Intrínseco porque é inerente, inseparável, essencial, e sensorial porque os serem humanos são basicamente sensoriais. Toda comunicação do ser humano (na verdade de todos os seres vivos) é feita através de seus sensores, de seus sentidos (tato, olfato, paladar, audição, visão, atenção circundante, e milhares de outros). O cérebro é formado por massa encefálica e neurônios....sensores....ativadores sensoriais.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A FAMOSA DEPRESSÃO

1) Sintomas mais comuns da Depressão (nenhum paciente tem todos os sintomas de uma vez):
· Tristeza, desânimo, insônia, apatia (às vezes agitação), falta de alegria, diminuição (às vezes aumento) de apetite, insônia (às vezes aumento de sono), falta de desejo sexual, falta de energia até para coisas simples tipo banho, televisão ou ler um jornal. Uma diminuição geral do nível de energia da pessoa.
Nem sempre a depressão significa tristeza, o sintoma principal é a queda de energia.
Pensamentos pessimistas e repetitivos não saem da cabeça. Perda de interesse por pessoas e atividades que gostava. Parece que não consegue se concentrar numa leitura ou guardar na memória o que leu.
Ataques de ansiedade com sudorese, palpitações e tremor, verdadeiros ataques de pânico.
· Pensamentos Obsessivos: a pessoa sabe que eles não fazem sentido mas não consegue tirá-los da cabeça. Por exemplo: conferir portas e janelas, achar que poderia fazer mal a si mesmo ou a outras pessoas, etc. Esses pensamentos podem fazer parte da Depressão e não quer dizer que a pessoa também sofra de DOC.
Problemas que antes eram resolvidos com facilidade se tornam tarefas pesadas e difíceis. Coisas que antes eram agradáveis se tornam sem graça.
Alguns casos de Depressão têm dores de cabeça ou no corpo.
Prisão de ventre, boca amarga, pele envelhecida, olheiras, cabelos fracos e sem brilho, unhas quebradiças.
Pensamentos de "dormir e não acordar mais". Algumas pessoas se sentem como se estivessem separadas do mundo por uma redoma de vidro.
Outras não conseguem nem sentir alegria nem tristeza ("sensação da falta de sensações").
A pessoa pode ter "idéias fixas", por exemplo:
Acha a situação financeira ruim e sem perspectiva.
Se sente culpado por coisas que fez e que não fez. O passado volta carregado de culpa e arrependimento, de coisas que fora da Depressão a pessoa nem se lembra que existiram.
Acredita estar passando por uma doença incurável.
As pessoas mais velhas podem apresentar um quadro clínico onde a falta de memória parece ser o sintoma mais importante.
Alguns pacientes pioram da Depressão quando o tempo está nublado: Depressão Sazonal.
2) Causas, fatores e situações desencadeantes da Depressão (quase sempre uma combinação de mais de uma causa):
-Predisposição genética.
-Depressões anteriores. Depressão, “quanto mais tem mais tem e quanto menos tem menos tem”. Por isso é importante tratar o quanto antes.
Personalidade perfeccionista, detalhista.
-Distimia.
-Situações difíceis, desgastantes, frustrantes.
-Perdas: de pessoa querida, de dinheiro, de posição profissional ou social, aposentadoria, etc.
-Gravidez, Parto e Menopausa.
-Síndrome do Pânico.
-Distúrbio Obsessivo Compulsivo.
-Stress Pós Traumático, depois de assalto, seqüestro, acidente, diagnóstico ou doença grave, etc.
-Psicose.
-Pílula Anticoncepcional, Implantes Hormonais, DIUs hormonais.
-Corticóides, Quimioterapia, Interferon, Betabloqueadores, Parlodel, Digitálicos, Dissulfiram, Reserpina, Cinarizina.
Neurolépticos, Benzodiazepínicos, Barbitúricos, etc.
-Drogas e álcool.
-Anabolizantes, Anfetaminas, Fórmulas para emagrecer.
-Apnéia Obstrutiva do Sono.
-Hiper - e Hipotireoidismo, Tireoidite de Hashimoto.
-Hepatite (principalmente C), Câncer, Pneumonia, Mononucleose, Reumatismo, Artrite, Artrite Reumatóide, Insuficiência Cardíaca, Infarto, Ponte de Safena, Asma, Insuficiência Respiratória, Doença de Cushing, Diabetes, Anemia Perniciosa, Lupus, Aids, Hipovitaminoses, Doença de Wilson, Sífilis, Coréia de Huntington, Lupus Eritematoso, Poliarterite Nodosa, Hipovitaminoses, Insuficiência Renal.
-Traumatismos Cranianos, Acidente Vascular Cerebral (AVC ou "derrame"), -Insuficiência Circulatória Cerebral, Alzheimer, Arteriosclerose, Esclerose Múltipla, Parkinson, tumores, Epilepsia, Aneurismas, Enxaqueca, etc.
-Dores crônicas, Fibromialgia.
-Radioterapia, Quimioterapia.
-Manifestação pára-neoplásica.
3) O que é Depressão:
De uma maneira bem simples, seu cérebro é formado por células (neurônios) que "se comunicam" através moléculas chamadas Neurotransmissores e que esses Neurotransmissores não estão "circulando" como deveriam.
4) Uma Depressão pode ser "química" apesar de ter causa externa ?
Sim. A depressão pode começar reativa a algum problema externo, mas com o tempo se torna física. Do mesmo modo que Úlcera, Infarto, Gastrite, etc também são desencadeadas por um Stress e se tornam físicas.
O problema é que os eventos de vida (life events) que desencadearam as primeiras depressões são cada vez menos necessários. Ou seja: com o tempo ela pode aparecer sozinha sem nenhum motivo.
É por isso que é importante tratar logo e de maneira completa
5) Tratamento:
A) Antidepressivos: são remédios que corrigem o metabolismo dos Neurotransmissores. Eles não são calmantes e nem estimulantes, não criam dependência física e nem psíquica.
B) Psicoterapia: ajuda, pois a Depressão afeta a pessoa como um todo e uma doença não se restringe apenas ao seu aspecto físico. Traços de personalidade assim como problemas atuais ou passados podem ter algo a ver com a Depressão. Existem várias técnicas de Psicoterapia e algumas são mais indicadas que outras. No tratamento da Depressão a medicação tem prioridade. A Psicoterapia pode esperar um pouco para começar, mas a medicação não. As pesquisas mostram que quanto mais rápido começar o tratamento medicamentoso maior é a chance de não se ter recaídas mais tarde.
C) Tempo para começar a melhorar: quase todos os Antidepressivos precisam de 2 a 6 semanas agir. Não desista do tratamento por melhorar nos primeiros dias.
6) Para a família:
A família sofre porque não consegue ajudar e sobrecarrega porque vê a pessoa passar por diferentes especialistas, fazer exames de laboratório, tomar calmantes, estimulantes e vitaminas sem melhorar. Então começa a dizer que é fita, "frescura", falta de força de vontade, e dar palpites para a pessoa "se ajudar" "se animar" "reagir" e etc., como se ela não soubesse de tudo isso ...
A Depressão não é sinal de fraqueza de caráter e nem passa só com "pensamento positivo".
A pessoa com Depressão geralmente está indecisa. Alguém tem que tomar decisões inclusive para começar o tratamento.
7) Observações:
A) Algumas vezes o primeiro remédio não funciona. Isso não quer dizer que seja um caso grave. Quase sempre basta trocar de medicação.
B) Mesmo que você já esteja bem, não interrompa a medicação. Seu médico decide quando diminuir, interromper ou trocar de medicação.
C) Decisões importantes devem esperar para depois da Depressão melhorar. No momento todos os seus pontos de vista estão pessimistas e você pode tomar decisões que não tomaria se não estivesse deprimido.
D) A Depressão pode voltar ? Pode. Existem várias possibilidades de se fazer um tratamento preventivo para evitar recaídas.
E) Se tiver recaída quando parar o Antidepressivo, não quer dizer dependência, só quer dizer que ainda não era hora dessa parada. Antidepressivos não criam dependência. A Depressão é que pode exigir tratamento mais longo.
F) Condicionamento físico é importante, pois libera Endorfinas, o intestino funciona melhor, a pressão arterial fica mais estável, etc.
G) Yoga, meditação, massagem de relaxamento ajudam.
H) Diminuir álcool e cafeína (café, chá preto, chá mate, refrigerantes) ajuda.
8) Concluindo: a Depressão é uma doença que incomoda muito a vida do paciente e de sua família. Mas costuma ser fácil de tratar. Assim como na Depressão a pessoa não consegue se imaginar bem, quando a Depressão passa a pessoa não consegue imaginar como era possível estar tão mal tão pouco tempo atrás.

ANSIEDADE GENERALIZADA

O transtorno de ansiedade generalizada é basicamente uma preocupação ou ansiedade excessivas, ou com motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observado. Para que se faça o diagnóstico de ansiedade generalizada é preciso que outros transtornos de ansiedade como o pânico e a fobia social- por exemplo= tenham sido descartadas. É preciso que essa ansiedade excessiva dure por mais de seis meses continuamente e precisa ser diferenciada da ansiedade normal.
Preocupar-se e ficar ansioso não é apenas uma reação normal, mas necessária para a boa adaptação individual à sociedade e ao ambiente. Como o estado de ansiedade perturba a visão que a pessoa tem a respeito de si mesma e a respeito do que acontece no ambiente é necessário que esse diagnóstico seja sempre feito por um especialista. No caso do paciente ser um profissional da saúde mental, por um outro especialista que não ele próprio. A informação das características da ansiedade generalizada não é suficiente para que uma pessoa se autodiagnostique. Mesmo um psiquiatra não teria condições de realizar esse diagnóstico a respeito de si mesmo porque ele não teria imparcialidade para julgar o que tem.

Uma das maneiras de diferenciar a ansiedade generalizada da ansiedade normal é através do tempo de duração dos sintomas. A ansiedade normal se restringe a uma determinada situação, e mesmo que uma situação problemática causadora de ansiedade não mude, a pessoa tende a adaptar-se e tolerar melhor a tensão diminuindo o grau de desconforto com o tempo, ainda que a situação permaneça desfavorável. Assim uma pessoa que permaneça apreensiva, tensa, nervosa por um período superior a seis meses, ainda que tenha um motivo para estar ansiosa, começa a ter critérios para diagnóstico de ansiedade generalizada. Uma vez eliminada a ocorrência de outros transtornos mentais assim como eliminada a possibilidade do estado estar sendo causado por alguma substância ou doença física, podemos admitir o diagnóstico de ansiedade generalizada. Respeitadas essas condições os sintomas que precisam estar presentes são:

1. Dificuldade para relaxar ou a sensação de que está a ponto de estourar, está no limite do nervosismo
2. Cansa-se com facilidade
3. Dificuldade de concentração e freqüentes esquecimentos
4. Irritabilidade
5. Tensão muscular
6. Dificuldade para adormecer ou sono insatisfatório
Por fim, um critério presente em todos transtornos mentais é o prejuízo no funcionamento pessoal ou marcante sofrimento. Não podemos considerar os sintomas como suficientes para dar o diagnóstico caso o paciente não tenha seu desempenho pessoal, social e familiar afetados.

Características Associadas
A ansiedade patológica se manifesta da mesma forma como a ansiedade normal, ou seja, de múltiplas maneiras, tanto fisicamente como mentalmente. Além de amplamente variáveis os sintomas mudam ao longo do tempo e oscilam permitindo que a pessoa se sinta completamente bem em algumas ocasiões e pior noutras. Nos períodos que os pacientes estão livres dos sintomas, o que pode durar de horas a dias, os pacientes acreditam que ficaram recuperados.
Antes de procurar um médico praticamente todos os paciente tentaram algo para melhorar seu mal estar, seja através de coisas simples como mudar a cor das roupas que veste, seja por meios mais complexos como medicações naturais ou florais. A aparente melhora que muitas vezes obtêm, só faz confundir o paciente pela coincidência que aconteceu entre uma melhora espontânea e temporária da ansiedade . Depois de alguns dias, quando a ansiedade volta, o paciente fica confuso pois a tentativa inicialmente havia funcionado e depois perdeu a eficácia. As mesmas tentativas são reforçadas ou modificadas e a ausência de resultado ou a falta de correlação entre novas tentativas com o resultado vão deixando o paciente embaraçado, nos casos dessas tentativas de "autotratamento". Geralmente após alguns meses as pessoas se cansam e procuram um especialista. Não sabemos por enquanto se este atraso no início do tratamento prejudica o tratamento posterior, tornando-o mais difícil de ser solucionado.

Os Sintomas
A preocupação com a possibilidade de vir a adoecer com algo grave ou sofrer um acidente embora não existam indicativos de que essas coisas possam vir a acontecer é o foco mais comum das preocupações das pessoas com ansiedade generalizada. Algumas pessoas temem mais que os entes queridos sofram algum desses males, como os pais, ou filhos. Estes pacientes estão sempre imaginando situações como essas e freqüentemente se consideram incapazes de lidar com elas caso realmente venham a acontecer.
As variedades dos sintomas de ansiedade são enormes e muitas vezes pessoais. Ganho de peso, por exemplo, tanto pode não ter nenhuma relação com ansiedade como pode, para determinadas pessoas, ser a manifestação mais freqüente. Os sintomas mais comuns então são: boca seca, mãos ou pés úmidos, enjôos ou diarréia, aumento da freqüência urinária, sudorese excessiva, dificuldade de engolir ou sensação de um bolo na garganta, assustar-se com facilidade e de forma mais intensa, sintomas depressivos são comuns desde que não sejam mais exuberantes que os de ansiedade pois isso mudaria o diagnóstico. O fato desses sintomas citados se parecerem com os sintomas do transtorno do pânico exigem um procedimento para distinção deste porque no pânico, o surgimento de agorafobia é mais comum e requer a indicação de terapia cognitiva. Na ansiedade generalizada não há crises mas estados permanentes e prolongados de desconforto ansioso. Os pacientes com pânico podem experimentar estados de ansiedade prolongada entre uma crise e outra mas as crises de pânico diferenciam um transtorno do outro.

Grupo de Risco
As mulheres são duas vezes mais acometidas pela ansiedade generalizada do que os homens. A prevalência desse transtorno na população é relativamente alta, em torno de 3% da população geral sendo também o tipo de transtorno de ansiedade mais freqüente do grupo dos transtornos de ansiedade. Nos períodos naturais de estresse os sintomas tendem a piorar, ainda que o estresse seja bom, como o próprio casamento ou um novo emprego. As mulheres abaixo de 20 anos são as mais acometidas, podendo, contudo, começar antes disso, desde a infância, ou pelo contrário, em idades mais avançadas, apesar da idade avançada diminuir as chances do surgimento de transtornos de ansiedade.